Ela se vestiu com uma daquelas peças e lavou o rosto. A antiga garota parecia ter sido deixada na pia do banheiro. Pegou sua chave, e decidiu dar uma volta na rua. Parou no salão, cortou o cabelo bem curto, num estilo bagunçado que combinava bem com seu espírito. Foi à feira hippie e gastou mais algum dinheiro comprando coisas exóticas.
Chegou em casa, a mãe gritou. Onde estava a menina pura e perfeita? Havia ficado para trás. No quarto agora um incenso exalava um odor relaxante. As calças jeans deram lugar às saias indianas, e o quarto de princesa se transformou numa morada de duendes.
Ela se sentia mais feliz. A plenitude que ela nem se deu conta de estar sentindo falta a dominou. Ela finalmente estava saindo da casca. Já não se preocupava mais em manter as aparências de menina angelical diante da família e dos amigos, e tampouco estava quebrando regras somente para atingir quem quer que fosse. Aquela era ela de verdade, e seria daquele jeito que as pessoas que realmente se importavam deveriam amá-la.
Imagine-se mergulhando nas mais profundas águas. Consegue sentir a sensação de estar imerso num mundo só seu, onde não existem problemas e tudo é tranqüilo e fácil? Assim acontece com as músicas quando nós as ouvimos com um objetivo específico. Coloque um fone de ouvido, ligue aquela música que parece ter sido escrita para você e viaje. Mergulhe e sinta a sensação de que não existem problemas.