quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Autoflagelação

Quem ela é? Tíli.
Porque ela é interessante? Porque ela foi capaz de amar em silêncio.

“O que fazer
quando um querer
só faz chorar, só faz sofrer
um coração?...”

Wanessa Camargo. O amor não deixa.

A Personagem

Tíli é uma adolescente, quase tão normal quanto as outras. É tímida, tem medo de se relacionar com garotos e todas as crises normais para alguém de sua idade. É dedicada, bastante amiga e tem seus segredos. Muitos. Aliás, ela guardava segredos até dela mesma, que um dia mais tarde viria a conhecer. Enquanto isso, ela vivia a vidinha que lhe era proposta, cheia de regras que ela adoraria romper.

A História

Hoje, história triste. Tíli lutou por muito tempo contra si mesma e acha que conseguiu vencer. Sua história poderia ter tido um rumo completamente diferente, mas ela ao menos conseguiu perceber que tinha força para vencer qualquer batalha, e que sua pior inimiga, às vezes, era ela mesma.

Puberdade, hormônios à flor da pele, época dos grandes e inesquecíveis primeiros amores. Assim foi também com Tíli. Seu círculo de amizades era composto pelos vizinhos que frequentavam a rua de sua casa. Um dia, uma nova família se mudou para a rua de cima.

Família grande, muitos filhos. Entre eles, Kindli. Um pouco mais alto do que Tíli, simpático, fez amizade com todos bem rápido. E mexeu com o coração da nossa protagonista. No começo, ela imaginava, era apenas atração, vontade de conhecer melhor.

Mas aquela situação evoluía a cada dia, até que Tíli não conseguia ficar um dia sequer sem ir à rua para vê-lo, não podia perder uma oportunidade de conversar, ou mesmo simplesmente estar com ele. Ela estava perdidamente apaixonada. Como nunca estivera antes.

Mas tudo o que ela não queria era que ele percebesse. A mínima desconfiança seria para ela motivo de pânico. Ela queria tê-lo, mas ao mesmo tempo não queria que ele soubesse disso. E, por escolha, foi obrigada a aprender a lidar com seu amor, que ela jamais descobriria se era platônico.

Tíli não compartilhou com ninguém aquele sentimento. Nem sua melhor amiga sequer imaginava o que se passava em seu coração. E assim foi por muito tempo. Apenas o travesseiro consolava seu pranto. E, a todos os instantes, ela sabia que fizera deste sofrimento uma opção.

Ela preferia viver na ilusão de que um dia o teria, sem jamais saber se esse dia chegaria, do que obter um não daquele que ela amava. Ela não suportaria. Cresceu, finalmente conseguiu se desligar, teve outros romances, se mudou. Mas até hoje, quando o vê em fotos, aparecem, ao mesmo tempo, a dúvida e a nostalgia.
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Gostou? Quer se transformar em um personagem também?

Mande um e-mail para historiacolorida@yahoo.com.br falando um pouco sobre você e qual história gostaria de ver contada aqui numa versão um pouco mais mágica. Sua identidade será preservada por um codinome.

5 comentários:

Unknown disse...

Perfeito, novamente ♥

Carol Passarini disse...

Você é de JF, agora eu vi!
Que legal. ^^

Ah, obrigada pelo comentário também e eu lhe favoritei por lá.
Continue escrevendo, você arraza!

JaqueHarumi disse...

Q lindo e triste :(

Dinossaura-chan disse...

Muito bom!
Cada dia eu fico mais apaixonada pelo seu blog Alv!

:*

Rodrigo Pedrotti disse...

excelente texto! acho que no fundo todo mundo já passou por uma história parecida...